Com o registro de mais de mil acidentes em suas rodovias, em 2017, o Maranhão teve um saldo de 244 óbitos. Os números são do estudo Acidentes Rodoviária e Infraestrutura divulgado nesta segunda-feira (04) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
De acordo com o estudo, um trecho de dez quilômetros da BR-101 no município de Guarapari (ES) foi considerado o mais perigoso do país, sendo que no Maranhão o mais perigoso é a BR 222, em Açailândia, com o registro de nove óbitos. Outros trechos do Maranhão que estão entre os mais perigosos do Brasil são a BR 316 em Timon, com sete óbitos; a BR 010 em Porto Franco, com sete óbitos.
No levantamento, a CNT avaliou 4.571 trechos de até 10 km e adotou o critério de maior número de mortes em acidentes registrados em 2017, para chegar à lista dos cem trechos mais perigosos do Brasil.
O segmento que está no topo do ranking localiza-se entre os quilômetros 343,1 e 353,1 da BR-101, onde ocorreram 21 mortes e 14 acidentes. Uma das causas desse resultado está no fato de que o trecho foi palco, no ano passado, de um acidente que envolveu duas ambulâncias, um ônibus e uma carreta – todas as mortes foram registradas pela polícia nessa ocorrência.
A BR-101 aparece também no segundo lugar, dessa vez, com um trecho no município de Abreu e Lima (PE), onde ocorreram 15 mortes e 142 acidentes. Em seguida, está a BR-040, localizada no município de Luziânia (GO), que registrou 15 mortes e 103 acidentes. Em quarto lugar, aparece um trecho da BR-381 em Itatiaiuçu (MG), com 14 mortes e 95 acidentes. Já em quinto, encontra-se a BR-116 em Guarulhos (SP), com 13 mortes e 252 acidentes.
O novo trabalho da CNT relaciona as características da infraestrutura viária apresentadas na Pesquisa CNT de Rodovias 2017 (estado geral, sinalização, pavimento e geometria da via) com os acidentes com vítimas registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em rodovias federais, no ano passado. 
Ao analisar as condições viárias, o estudo constata que, quando a avaliação do estado geral é negativa (ou seja, regular, ruim ou péssima), a gravidade dos acidentes nos trechos considerados mais perigosos é 2,4 vezes maior que no restante das rodovias brasileiras.
A Análise por variável –Quando o estado do pavimento é avaliado como regular, ruim ou péssimo, a gravidade dos acidentes nos cem trechos mais perigosos é 39,2% maior em relação aos demais trechos rodoviários. Quando a variável analisada é a sinalização, a gravidade é 77,1% maior nessa mesma comparação. Em relação à geometria da via, os acidentes são 59,8% mais graves nos trechos mais perigosos em locais com avaliação negativa.

“Os dados revelam que a probabilidade de ocorrência de morte em uma rodovia é muito maior quando ela recebe classificação negativa pela Pesquisa CNT de Rodovias nas variáveis sinalização, pavimento e geometria da via. Isso mostra a necessidade de investimento, entre outros aspectos, em dispositivos de proteção, placas, sonorização, faixas adicionais, pavimento e defensas. Somente por meio de infraestrutura de qualidade, os índices de mortes nas rodovias serão reduzidos”, avalia o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.
Saiba o resultado da pesquisa por estado:
Região Norte 
  • Acre – 224 acidentes com 18 óbitos
  • Amapá – 113 acidentes com 09 óbitos
  • Amazonas – 65 acidentes com 14 óbitos
  • Pará – 1.076 acidentes com 161 óbitos
  • Rondônia – 1.239 acidentes com 119 óbitos
  • Roraima – 245 acidentes com 37 óbitos
  • Tocantins – 503 acidentes com 82 óbitos
Região Nordeste
  • Alagoas – 540 acidentes com 102 óbitos
  • Bahia – 3.098 acidentes com 594 óbitos
  • Ceará – 1.326 acidentes com 190 óbitos
  • Maranhão – 1.035 acidentes com 244 óbitos
  • Paraíba – 1.240 acidentes com 139 óbitos
  • Pernambuco – 2.234 acidentes com 343 óbitos
  • Piauí – 1.125 acidentes com 209 óbitos
  • Rio Grande do Norte – 1.161 acidentes com 138 óbitos
  • Sergipe – 461 acidentes com 51 óbitos
Região Sudeste
  • Espírito Santo – 2.418 acidentes com 201 óbitos
  • Minas Gerais – 8.574   acidentes com 869 óbitos
  • Rio de Janeiro – 3.916 acidentes com 342 óbitos
  • São Paulo – 3.568 acidentes com 255 óbitos
Região Sul
  • Paraná – 6.782 acidentes com 613 óbitos
  • Rio Grande do Sul – 3.837 acidentes com 391 óbitos
  • Santa Catarina – 7.017 acidentes com 381 óbitos
Região Centro-Oeste
  • Distrito Federal – 799 acidentes com 46 óbitos
  • Goiás – 2.916 acidentes com 344 óbitos
  • Mato Grosso do Sul – 1.386  acidentes com 160 óbitos
  • Mato Grosso – 1.818 acidentes com 191 óbitos
Reprodução:Maranhãohoje
(Com dados da CNT e foto principal de Alpanir Mesquita)