Foto: Renato Pizzutto/BP Filmes |
A Caixa Econômica
Federal notificou extrajudicialmente o Corinthians de
que executará a dívida de quase R$ 500 milhões relativa ao financiamento da
obra da Arena, em Itaquera.
Tanto o clube como a Caixa confirmam a informação, que foi
publicada inicialmente pelo "O Globo".
O banco estatal emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. R$ 175 milhões já
foram pagos. Porém, por conta de juros e correções, o valor da dívida
atualmente é de R$ 487 milhões.
Em nota oficial, o Timão tratou a decisão da Caixa como um
"gesto intempestivo" e comunicou que "se a Caixa escolheu trocar
a rota da negociação pela do confronto, não cabe ao clube outro recurso senão
defender na Justiça seus direitos."
Há meses o
Corinthians vinha negociando o financiamento com o banco estatal.
Paralelamente, o clube costurou um acordo para o
pagamento da dívida que tem com a Odebrecht. O Timão não
acredita que a execução da Caixa afete no acordo com a construtora.
– Não há nenhum
beneficio ou “perseguição”. Mas se a Caixa não recebe e não tem renegociação,
ocorre a cobrança de garantias. A execução é natural - afirmou Pedro Guimarães,
presidente da Caixa, ao "O Globo".
Segundo
especialistas, a primeira alternativa da Caixa será executar as garantias
financeiras. Uma das principais é o Equity Support Agreement (ESA), assinado
pela Odebrecht. Trata-se de um documento no qual a construtora se dispõe a
cobrir os valores exigidos numa eventual execução com recursos próprios. Vale
lembrar que a Odebrecht está em processo de recuperação judicial.
Outra garantia
oferecida para que o Corinthians conseguisse o financiamento junto ao BNDES,
tendo a Caixa como intermediária, foi parte do terreno do Parque São Jorge.
Porém, a execução de imóveis é mais demorada e gera um custo muito elevado, bem
maior do que em outros processos de execução.
Veja abaixo a nota oficial do
Corinthians na íntegra:
"O Sport Club Corinthians
Paulista informa que enquanto finalizava negociações com a Caixa para um
reperfilhamento do financiamento da Arena – processo iniciado nos primeiros
dias da atual gestão — foi surpreendido por uma notificação extrajudicial
alegando que diversos procedimentos prescritos pelo atual contrato não estariam
sendo cumpridos.
Esta mudança de atitude não
encontra respaldo na realidade dos fatos. Um acordo preliminar de adequação do
contrato ao fluxo de caixa efetivo da Arena havia sido negociado há quase um
ano, mas ficou suspenso pela perspectiva da iminente troca de comando da
Instituição, à espera da orientação da nova gestão. Desde então, os compromissos
vinham sendo honrados, como se os termos do acordo preliminar estivessem
vigendo.
Além dos ajustes financeiros, a
Caixa requeria a implantação de procedimentos administrativos com os quais o
clube esteve sempre de acordo e cuja implementação dependia, como depende, de
procedimentos dentro da Caixa até hoje não especificados definitivamente.
Assim, tanto no plano
financeiro como no administrativo, o clube sempre se pautou por total
transparência quanto à sua atuação operacional e subordinação inconteste a um
processo de pagamentos compatível com a realidade financeira do mercado
esportivo atual.
Como não houve interrupção do
diálogo e tudo caminhava para um acordo mutuamente vantajoso, não há como
compreender o gesto intempestivo, que sequer foi previamente comunicado à
agremiação.
Ao contrário de inúmeras outras
arenas que receberam da mesma linha de financiamento, o clube nunca repudiou
sua dívida nem deixou de dialogar com o repassador destes recursos, a CEF,
quando dificuldades transitórias se interpunham. Se a CEF escolheu trocar a
rota da negociação pela do confronto, não cabe ao clube outro recurso senão
defender na Justiça seus direitos.
O clube continua aberto a voltar à mesa de negociação, se a Caixa
optar por prosseguir a trajetória amigável que juntos vínhamos construindo até
aqui."
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