Blog do Alex Ramos
Como a espera na fila para transplantes na China dura em
geral apenas duas semanas? Um tribunal independente em Londres acredita
conhecer a resposta, segundo o jornal The
Guardian : os órgãos usados provêm de prisioneiros (incluindo
adeptos da seita Falun Gong, perseguida desde 1999) executados.
Baseado em evidências de especialistas em
medicina, investigadores de direitos humanos e outros depoentes, o Tribunal da
China, presidido por Geoffrey Nice – que foi procurador do Tribunal Penal
Internacional para o caso da ex-Iugoslávia –, concluiu de modo unânime, ao
final de suas audiências, que “é certo que o Falun Gong foi usado para a
extração forçada de órgãos ”.
O número de evidências sobre outras minorias, como tibetanos, muçulmanos
uigures e algumas seitas cristãs, é menor.
De acordo com o The Guardian , a
denúncia contraria a posição oficial do governo chinês, que afirma que desde
2014 deixou de remover órgãos de prisioneiros executados para destiná-los a
transplantes. Segundo as autoridades do país, as alegações do tribunal são
falsas e politicamente motivadas.
Os trabalhos do tribunal foram iniciados pela
Coalizão Internacional para Acabar com o Abuso de Transplantes na China (Etac,
na sigla em inglês) e seus membros, entre eles especialistas em medicina.
Nenhuma dessas pessoas recebeu remuneração por tal atividade.
O tribunal ouviu relatos de extração de rins
de prisioneiros executados desde os anos 1970. A maioria das evidências, no
entanto, veio de 2000 em diante. Os relatos dão conta de que os presos ligados
a minorias são submetidos a constantes exames médicos e de saúde.
Cerca de 90 mil cirurgias de transplante são
realizadas anualmente na China, segundo o tribunal. O número é muito maior do
que o fornecido por fontes oficiais do governo chinês.
Fonte: Ultimosegundo.ig
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