Em 2019, 49 jornalistas foram mortos em todo mundo. Balanço
anual de violências graves cometidas contra jornalistas aponta ainda que 389
estão presos e 57 são reféns. De acordo com o relatório da organização não
governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF), o jornalismo permanece uma
atividade perigosa, apesar de o número de mortes registrado ser o menor dos
últimos 16 anos. Com relação ao ano anterior, houve uma redução de 44% no
número de mortes.
“Esse número
historicamente baixo, quando comparado à média de 80 mortes registradas nas
duas últimas décadas, reflete essencialmente o declínio no número de
jornalistas mortos em conflitos armados. A cobertura dos conflitos na Síria, no
Iêmen e no Afeganistão mostrou-se, assim, duas vezes menos letal para os
jornalistas: 17 foram mortos nos três países em 2019, em comparação com 34 no
ano anterior”, diz nota.
Embora o total
de jornalistas mortos em conflitos armados tenha caído muito, o número de
jornalistas mortos em países “em paz” segue alto. Segundo o relatório, a
América Latina se tornou um local tão “letal” quanto o Oriente Médio, com 14
mortes. Foram 10 óbitos apenas no México.
“Agora há,
proporcionalmente, mais mortes em países em paz (59%) do que em regiões em
conflito e um aumento de 2% no número de jornalistas assassinados ou
deliberadamente executados”, afirma a entidade.
O
secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, disse que a fronteira entre os
países em guerra e em paz está desaparecendo. Outro fato preocupante é que o
número de jornalistas presos arbitrariamente no mundo continua a crescer. “No
final de 2019, 389 jornalistas estão presos por desempenharem suas funções, ou
seja, 12% a mais do que no ano passado. Quase metade dos jornalistas presos
está detida em apenas três países: China, Egito e Arábia Saudita.”
O relatório é realizado desde 1995 e os dados são coletados
entre 1º de janeiro e 1º de dezembro do ano
da publicação. Para fazer parte do relatório, a detenção, o sequestro, o
desaparecimento ou a morte do jornalista precisa ser uma consequência direta do
exercício de sua atividade.
EBC
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