Blog do Alex Ramos
Uma família de Paraíso do Tocantins (TO) tomou um susto nesse domingo (9/10), após o pedreiro Deonir Teixeira da Paixão, de 46 anos, sofrer um grave acidente de moto. Ele perdeu as duas pernas e os membros foram entregues à família pelo Hospital Regional de Paraíso do Tocantins em uma caixa de papelão.
A Secretaria de Saúde do estado atribuiu o episódio a uma “falha de comunicação”. Em um pedaço de papel, a equipe descreveu o conteúdo da caixa: “Membro inferior direito sem o pé e membro inferior esquerdo com o pé. Obs: falta um pedaço da perna direita também”, dizia o recado escrito à mão.
O homem perdeu uma das pernas no local do acidente e a outra precisou ser amputada na unidade de saúde. Ele estava acompanhado da namorada em uma motocicleta quando o acidente aconteceu.Ao G1, uma sobrinha do pedreiro, que não quis ser identificada, classificou a situação como constrangedora.
“O hospital nos entregou em mãos. Disseram que se a gente não recebesse para enterrar eles iriam descartar no lixo hospitalar. Não avisaram nada de que iriam enterrar ou incinerar tudo direitinho. Muito constrangedor isso aqui”, desabafou.
A família procurou uma funerária da cidade, mas o estabelecimento não soube o que fazer com os membros. “O funcionário que foi lá tinha 14 anos de serviço e disse que isso nunca tinha acontecido. Que quando entregam o membro eles pegam no necrotério”, afirmou à reportagem.
“O filho que recebeu o material está em estado de choque. Chamamos a funerária porque não sabíamos o que fazer. Receber o resto de uma pessoa e enterrar no fundo de um quintal? Era 30% do corpo dele. As duas pernas inteiras”, descreveu.
Falha de comunicação
Em nota, a Secretaria de Saúdo de Tocantins (SES-TO) atribuiu o incidente a uma “falha de comunicação” em relação aos esclarecimentos sobre o descarte correto dos membros.
“A SES-TO pontua que em caso de amputações a equipe multiprofissional da unidade hospitalar informa aos familiares sobre a necessidade do procedimento para a manutenção da vida do paciente e no ato é dada à família a escolha de levar os membros ou deixar a cargo do serviço de saúde o descarte dos mesmos”, esclareceu.
“Quando o hospital é responsável pelo descarte de membros ele ocorre através de empresa especializada contratada para a realização do referido serviço, a qual não trata o material como lixo comum”, acrescenta a nota.
No caso do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins, a pasta informou que a equipe não soube explicar o trâmite aos parentes do paciente, que decidiram levar os membros. “Para isso, os familiares assinaram um termo de responsabilidade, o qual consta, inclusive, relatado no prontuário do paciente”, diz.
Fonte: Metrópoles
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