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sábado, 22 de julho de 2023

MARACANÃ, MUITO CARO E RUIM; no Brasil o crime compensa

 Blog do Alex Ramos 

Foto: Fluminense 

DOIS DIAS APÓS O FLA-FLU, em que teve o mando de campo, o Fluminense divulgou o balanço financeiro, revelando arrecadação milionária, mas ressalvando que as despesas “comeram” quase a metade da receita que lhe coube no jogo de domingo (16/7/2023). De acordo com a informação do clube, 48% das despesas não são esclarecidas no borderô, termo aportuguesado do francês borderau, que significa “minúcia do extrato dos créditos e débitos de uma conta”.


O FLUMINENSE exibe em suas redes sociais o movimento financeiro completo do 0 x 0 do último domingo (16), que pode ser assim resumido: Renda – R$3.593.120,50. Público pagante – 57.258. Público total – 62.354. Cota do mandante, no caso, o Fluminense – R$1.795.669,59. Custas – R$1.722.631,34. Despesas – R$1.044.824,56. Entre as despesas apresentadas no borderô, segundo mostra o clube, INSS – R$179.656,03. FERJ (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) – R$175.063,63.


OS CLUBES SE QUEIXAM de que o Maracanã é caro e tem um dos piores gramados do país, mesmo com o estádio cobrando taxas elevadas de manutenção. Bom lembrar, e dizer: os problemas aumentaram desde a noite da 5ª feira, 12 de setembro de 2013, depois de Flamengo 2 x 1 Santos, pelo Campeonato Brasileiro, quando o estádio foi fechado para o início das reformas impostas pela Fifa, então presidida pelo banido Joseph Blatter, para a Copa do Mundo de 2014.


O CONSÓRCIO MARACANÃ, formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade e Gutierrez e Delta Engenharia, quase dobrou o custo da obra, de R$705 milhões para R$1.200 milhões. A cada semana que se passava em torno do estádio, via-se nas placas o valor acrescido. O próprio TCE – Tribunal de Contas do Estado – concluiu que o superfaturamento da obra foi em torno de R$211 milhões, o que depois levou o então governador Sergio Cabral à cadeia.


AS INVESTIGAÇÕES da força-tarefa do MPF – Ministério Público Federal – revelaram que o ex-governador Sergio Cabral, ao assumir em 2007, instituiu como regra a cobrança de propina de 5% dos contratos da Secretaria estadual de Obras. O próprio governador confessou as propinas recebidas em seus dois mandatos, entre 2007 e 2014, daí os 35 processos – 33 na Justiça Federal e 2 na Justiça estadual -, que resultaram em 23 condenações, no total de 425 anos e 20 dias de prisão.


MAS, OS 425 ANOS E 20 DIAS passaram rápido, e o ex-governador Sergio Cabral ficou só 6 anos e 22 dias, ou 2.219 dias, no sistema prisional do estado. Diante disso, convenhamos que a estranheza do Fluminense, ao dizer que as despesas “comeram” quase a metade da receita que lhe coube no Fla-Flu, com mais de 58 mil pagantes, é apenas um pingo d’água no oceano de tanta roubalheira registrada no então maior estádio do mundo. Viva a liberdade dos corruptos!


Fonte: Denis Meneses

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Luzimar Rodrigues