Blog do Alex Ramos
A prefeita de Zé Doca, no Maranhão, Flavinha Cunha (PL), está no centro de uma controvérsia após a contratação da cantora Manu Batidão para se apresentar no São João da cidade pelo valor de R$ 450 mil. O contrato, celebrado por meio de inexigibilidade de licitação, tem chamado atenção pelo valor elevado e pela forma como o gasto público está sendo conduzido.
O show da artista está marcado para o dia 28 de junho de 2025, com previsão de duração de duas horas. No entanto, o documento oficial que formaliza a contratação apresenta inconsistências, como a inclusão de um show para o Dia das Mães na mesma data, sugerindo possíveis falhas no processo administrativo.
Vale destacar que o cachê de Manu Batidão para esse evento é 50% maior do que o recebido pela cantora em outra grande festa, o Carnaval de São Luís em 2024, onde seu cachê foi de R$ 300 mil. Essa disparidade tem sido apontada por críticos como indício de possível superfaturamento.
Este episódio se soma a outras decisões da atual gestão municipal que vêm gerando questionamentos. Em março deste ano, Flavinha Cunha promoveu o cancelamento do tradicional Carnaval da cidade para realizar um evento gospel, que envolveu licitações que chegaram a R$ 20 milhões e provocou críticas por suposto uso indevido de recursos públicos para promoção religiosa. A medida motivou ações judiciais que alegam violação do princípio da laicidade do Estado.
Com o São João deste ano, a gestão da prefeita enfrenta novas críticas relacionadas à transparência e à aplicação dos recursos públicos. O uso da inexigibilidade de licitação para a contratação da artista, a disparidade no valor do cachê em relação a eventos similares e as falhas no contrato têm alimentado um debate intenso na cidade e nas redes sociais.
A prefeitura ainda não se posicionou oficialmente sobre as críticas ou esclareceu as divergências apontadas no contrato. Enquanto isso, moradores e opositores acompanham com atenção os desdobramentos deste episódio, que reforça a discussão sobre a gestão dos recursos públicos em Zé Doca.
Fonte: A cidade de verdade
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