Tiago Bardal volta a sede da Seccor para prestar depoimento agora sobre envolvimento com bandos de assalto a banco — Foto: Reprodução/TV Mirante |
O ex-superintendente estadual de investigações criminais (Seic) do
Maranhão, Tiago Bardal, foi preso novamente na manhã desta quarta-feira (28)
por conta de uma investigação da Polícia Civil sobre uma quadrilha de assaltos
a banco no interior do estado. Ele foi encaminhado para a sede da
Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), em São
Luís, para prestar depoimento.
Além do delegado afastado, o investigador João Batista de Sousa Marques
e os advogados Werther Ferraz Júnior e Ary Cortez Prado Júnior também foram
presos nesta operação realizada de forma simultânea em São Luís e Imperatriz,
nesta manhã. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 1ª Vara
Criminal de São Luís.
A ação é resultado de uma investigação da Seccor e do Grupo Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão.
Como funcionava
Pelas informações policiais, a investigação começou em 2018, mas tem
como foco ações criminosas entre os anos de 2015 e 2016. Segundo a Seccor e o
Gaeco, os presos na manhã desta quarta tinham relações com os bandos de assalto
a banco no interior do Maranhão por receberem propina para evitar as prisões
dos chefes, por exemplo.
Segundo os investigadores, os policiais mantinham relação direta com os
advogados ligados aos assaltantes. Assim, a parte que caberia tanto ao delegado
quanto ao investigador em cada negociação girava em torno de R$ 100 mil.
Os policiais vão ficar recolhidos na carceragem para policiais na
Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop), enquanto que os advogados devem
ficar em alguma unidade do sistema penitenciário do estado.
Outras ocorrências
Não é a primeira vez que Tiago Bardal é preso. Em março de 2018 quando ainda era superintendente estadual de
investigações criminais, ele foi acusado pela própria Secretaria de Segurança
Pública de fazer parte de um esquema de contrabando internacional de bebidas
alcoólicas e cigarros.
Ele foi encontrado por policiais militares durante uma operação perto do
Quebra Pote, zona rural de São Luís. A área, depois a investigação mostrou, era rota dos
envolvidos em um esquema internacional de contrabando de carga como cigarros e
bebidas alcoólicas.
A época, Bardal foi
encontrado dentro de um carro com Ricardo Jefferson Muniz Belo, que seria seu
advogado. Segundo o secretário de segurança pública, Jefferson Portella, ao ser
questionado, o superintendente afirmou que estava vindo de uma festa, mas
depois mudou a versão falando que procurava um sítio para compra.
Na tarde do dia 22
de fevereiro deste ano, Tiago Bardal foi exonerado do cargo e depois a SSP
pediu a prisão preventiva dele. A delegada Nilmar
da Gama assumiu o cargo de superintendente da Superintendência de Investigações
Criminais (Seic).
Neste caso do
contrabando, vários policiais militares, entre eles oficiais, foram presos
também suspeitos de integrarem o esquema criminoso.
Como o esquema envolvia o mercado clandestino internacional, a Justiça Federal tomou à
frente e no fim de abril, revogou a prisão de oito acusados mediante fiança de
valores diferentes. O delegado Bardal teve fiança fixada em R$ 30 mil. Bardal
responde também a um crime de contrabando
no município de Viana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário