Mamute de 39 mil anos encontrado na Síbéria em bom estado de conservação: animais tiveram células aplicadas em camundongos, em que foi verificada atividade biológica positiva |
Os últimos
grupos de mamute-lanoso morreram há pouco mais de 4 mil anos, mas os gigantes
pré-históricos podem estar de volta em breve, andando como se estivessem
novamente na Era do Gelo. Em artigo publicado na revista científica
"Nature", cientistas japoneses afirmam ter dado um "passo
significativo" para trazer a espécie extinta de volta à vida. A afirmação
veio após os profissionais terem transplantado células extraídas da carcaça de
um mamute para um camundongo, onde foi registrada atividade biológica positiva.
As células foram retiradas de um mamute-lanoso de 28 mil anos,
chamado Yuka, encontrado em ótimas condições de preservação em uma geleira na
Sibéria. O animal, que morreu quando tinha cerca de sete anos de idade, é uma
das espécimes mais bem preservadas que a ciência conhece.
A equipe extraiu amostras de tecidos da medula óssea e de músculos do animal,
que eles descreveram como "bem preservadas". As estruturas foram
então injetadas nos camundongos, em células que podem sofrer divisão genética
para formar um óvulo.
A equipe disse que, após o procedimento, uma estrutura semelhante
a um pronúcleo brotou do núcleo de mamute previamente injetado. "Estes
resultados indicam que uma parte dos núcleos de mamute possui o potencial de
reconstituição nuclear", disseram os cientistas no artigo. Apesar do
sucesso, os cientistas não verificaram a divisão celular necessária para criar
um óvulo viável, “possivelmente devido ao dano ao DNA nos núcleos
transferidos”.
"Queremos levar o nosso estudo para o estágio da divisão
celular, mas ainda temos um longo caminho a percorrer" disse o pesquisador
Kei Miyamoto, um dos autores do estudo, à agência de notícias japonesa
"Nikkei".
A maioria dos mamutes morreu entre 14 mil e 10 mil anos atrás. A
última população continental existiu na península Kyttyk, na Sibéria, há 9.650
anos atrás. A espécie, no entanto, sobreviveu por mais 5.000 anos em ilhas
siberianas, que ficaram isoladas do continente ao recuar após a última era
glacial.
A última população conhecida permaneceu na Ilha Wrangel, no Oceano
Ártico, até 4.000 anos atrás, sendo extinta na época da construção das
pirâmides de Gizé, no Egito.
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