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Manifestantes realizam ato contra bloqueio de verbas na educação na UFMA em São Luís — Foto: Douglas Pinto/TV Mirante |
Milhares
de estudantes e professores se reuniram nesta quarta-feira (15) em um protesto
contra o contigenciamento de recursos para instituções de ensino federaisanunciado
pelo Ministério da Educação. O ato iniciou por volta das 15h na Praça Deodoro,
na região central de São Luís.
Logo
depois, os manifestantes caminharam até a Praça Maria Aragão, rumo a Praça dos
Catraieiros, onde será a concentração final. Ao todo, os manifestantes
contabilizam cerca de 20 mil pessoas no protesto. Já a Polícia Militar
contabiliza 5 mil pessoas.
Vários
estudantes fizeram cartazes com frases a favor da educação e até mesmo contra a
declaração do presidente Jair Bolsonaro, que chamou manifestantes de 'idiotas úteis' e 'massa de manobra'.
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São Luís tem protestos contra bloqueio na educação — Foto: Alessandra Rodrigues/Rádio Mirante AM |
Mais cedo, no início da manhã, manifestantes da Universidade Federal do Maranhão (Ufma)
realizaram um protesto em frente a Cidade Universitária. Tanto a UFMA,
quanto o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) não tiveram aula nesta quarta
(15). Além de São Luís, foram realizados atos nos municípios de Pinheiro,
Balsas, Santa Inês e Imperatriz.
Fora
os protestos realizados nesta quarta (15), no dia 6 de maio estudantes do IFMA fizeram uma
mobilização estadual e protestaram em várias cidades do
Maranhão contra o corte de 38% no orçamento previsto
para 2019. O percentual representa aproximadamente R$ 28 milhões
a menos no orçamento do Instituto Federal do Maranhão.
Contingenciamento de recursos para a
educação.
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que
todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de
recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de
mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio
é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não
obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material
básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total
contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou
3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam
13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as
chamadas verbas obrigatórias, que não deverão ser afetadas. Elas correspondem,
por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das
aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação
obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado
posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contigenciamento, apenas com
despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar
parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em
outros governos.
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