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O ministro da Justiça Sergio Moro em sessão na Câmara dos Deputados Foto: Jorge William |
Mensagens
atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF),e
ao ministro da Justiça Sergio Moro,divulgadas ontem pelo site The
Intercept Brasil, mostram os dois combinando atuações enquanto trabalharam na
operação Lava-Jato. Neste domingo, a força-tarefa de Curitiba divulgou nota
para rebater a reportagem, dizendo que “seus membros foram vítimas de ação
criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do
Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes”.
Em
nota, o ministro Sergio Moro lamentou “a falta de indicação de fonte de pessoa
responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores. Assim como a
postura do site que não entrou em contato antes da publicação, contrariando
regra básica do jornalismo.”
O site divulgou trocas de mensagens de Dallagnol e Moro que fazem referências
ao processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado
no caso do tríplex de Guarujá.The Intercept Brasil informou que obteve o
material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens
privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram de 2015 a 2018.
Em
uma das mensagens de texto, no dia 21 de fevereiro de 2016, Moro sugeriu
alterações no calendário das operações da força-tarefa da Lava Jato em
Curitiba, em decorrência de desdobramentos políticos. Dallagnol, de acordo com
o site, disse ao magistrado que haveria problemas logísticos para acatar a
sugestão.
PGR
acionada
Em
31 de agosto de 2016, Moro teria questionado, de acordo com The Intercept, o
ritmo das prisões e apreensões ao perguntar se a força-tarefa não estaria muito
tempo sem promover operações. "Não é muito tempo sem operação?",
disse Moro segundo o site. A última fase da Lava-Jato, de acordo com o site,
havia sido feita 29 dias antes — a operação Resta Um, com foco na empreiteira
Queiroz Galvão. Pelo conteúdo das mensagens divulgadas, Dallagnol concorda com
a observação sobre o tempo da demora.
Em
nota, Moro negou qualquer irregularidade nas conversas. “Quanto ao conteúdo das
mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou
direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas
de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema
de corrupção revelado pela Operação Lava Jato”.
Na
nota divulgada neste domingo, a força-tarefa informa que a Procuradoria-Geral
da República foi avisada para que medidas de segurança possam ser tomadas.
“Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e
dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e
de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas família”, afirmaram os
procuradores. A força-tarefa destaca ainda que “há a tranquilidade de que os
dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno
respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial”.
Do Extra
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