Irmão de aluna acusou escola de homofobia em perguntas de tarefa de português Foto: Instagram / Reprodução |
As questões de
uma tarefa de português aplicada
para alunos do 9º ano do Ensino Fundamental em uma escola em Belém estão repercutindo nas redes sociais nesta terça-feira. O
irmão mais velho de uma estudante chamou atenção em seus Stories do Instagram
para as perguntas, que traziam o termo em desuso "homossexualismo" -
em vez de homossexualidade - e que elas deveriam ser respondidas tendo como
base um livro que afirma existir "cura gay". Para ele, ficou claro o
caráter homofóbico no
exercício, que valeria ponto na disciplina de Língua Portuguesa.
O autor da
publicação, Herisson Lopes, de 26 anos, disse ter ouvido sua irmã, de 14 anos,
falando sobre o questionário com um colega, que estava em sua casa para fazer o
trabalho. Os três estavam na sala da residência e ficaram assustados com a
tarefa, que deveria ser entregue na manhã desta terça-feira, considerando que
ela era preconceituosa. A adolescente também se mostrou indignada, como mostrou
seu irmão em um vídeo na rede social.
— Quando eles me informaram, fiquei surpreso e indignado. Decidi publicar para
que isso tivesse uma repercussão mesmo. Fiquei chocado por ver algo assim no
plano da escola — disse Herisson.
O Colégio
Adventista de Correios afirmou, por meio de uma nota de esclarecimento
publicada no site, que as perguntas do questionário "tinham como objetivo
colher as diversas opiniões e sentimentos sobre a temática em estudo e davam a
cada estudante a oportunidade de expressar livremente sua opinião".
A unidade de
ensino disse ainda que "um livro serviu como auxílio na tarefa, o que
ocorre em várias disciplinas".
O livro em
questão se chama "De bem com você" e foi escrito pela jornalista e
pedagoga Sueli Nunes Ferreira, e o pastor, jornalista e doutor em Teologia
Marcos de Benedicto, conforme consta no site da Amazon, onde está disponível
por R$ 20,26 na versão digital e R$ 29,90 na versão física.
A sinopse diz
que "este livro vai mexer com você" e que "a proposta dos
autores é mostrar como é bom viver de bem com Deus, os amigos, o sexo oposto e
você mesmo".
"A tarefa que o professor elegeu levou em conta o
conhecimento prévio do aluno. E, com isso, procura proporcionar um debate
qualificado a respeito do assunto. A ideia é a de formar um cidadão que
respeita opiniões diversas, bem como seja capaz de pensar por si próprio sobre
as temáticas apresentadas", afirmou a escola no comunicado.
Ainda segundo a declaração, a escola
ressaltou que "respeita todos os indivíduos sem qualquer tipo de
discriminação sexual, racial, religiosa, ou de outra natureza".
O termo "Colégio Adventista"
entrou para os assuntos mais comentados do Twitter nesta terça-feira,
alcançando 18 mil menções até o meio dia.
"Não
costumo levantar qualquer tipo de polêmica aqui no meu Instagram profissional,
mas esse tipo de coisa me atinge diretamente. Não postei todas as perguntas do
questionário (talvez por sentir vergonha da escola que minha irmã estuda",
afirmou o autor do post viral.
"Fico
cada vez mais chocado como cada vez as escolas estão preocupadas em tentar
passar esse conhecimento para essa nova geração. Fico muito feliz pela reação
de alguns, como a de minha irmã, mas triste que ainda sim terão colegas seus
que acreditarão no que é passado através de seu professor", acrescentou
Herisson, que trabalha como maquiador. "Esse livro recomendado pelo
professor explica como a criança pode se tornar homossexual, como deve ser
evitado, e que existe a cura gay!".
Leia abaixo, na íntegra, a nota de esclarecimento do Colégio
Adventista:
"O
Colégio Adventista de Correios esclarece alguns aspectos relacionados a uma
notícia sobre uma atividade escolar:
1.
As questões contidas no questionário tinham como objetivo colher as diversas
opiniões e sentimentos sobre a temática em estudo e davam a cada estudante a
oportunidade de expressar livremente sua opinião. Um livro serviu como auxílio
na tarefa, o que ocorre em várias disciplinas.
2.
A tarefa que o professor elegeu levou em conta o conhecimento prévio do aluno.
E, com isso, procura proporcionar um debate qualificado a respeito do assunto.
A ideia é a de formar um cidadão que respeita opiniões diversas, bem como seja
capaz de pensar por si próprio sobre as temáticas apresentadas.
3.
O Colégio afirma que, acima de tudo, respeita todos os indivíduos sem qualquer
tipo de discriminação sexual, racial, religiosa, ou de outra natureza.
4.
O Colégio, que é uma instituição confessional, é reconhecido pela confiança e
credibilidade que transmite, especialmente por apresentar uma proposta
educacional de alta qualidade, pautada em valores baseados na Bíblia e
direcionada a promover o desenvolvimento harmonioso das faculdades físicas,
intelectuais, espirituais e sociais de cada aluno.
5.
O Colégio está e sempre esteve à disposição para os que desejam esclarecer
dúvidas a respeito de qualquer tipo de tarefa utilizada".
Do Extra
Do Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário