A Globo Comunicação e Participações concluiu a
emissão de US$ 500 milhões em títulos de dívida no mercado internacional. Os
papéis têm prazo de 10 anos (2030) e retorno de 4,875% –o mesmo rendimento das
notas na recompra. A operação foi coordenada por Goldman Sachs, Itaú BBA e
Santander.
A Globo ofereceu US$ 1.053,75 para cada US$ 1.000 em 2022 em uma
oferta pública que expirou na 5ª feira (16.jan.2020).
A S&P Global
atribuiu aos títulos rating BB+ com perspectiva positiva, destacando que a
Globo é a maior empresa de mídia do Brasil, com fluxo de caixa sólido e uma
posição de caixa líquido historicamente positiva.
Ao jornal Valor Econômico –que
pertence ao conglomerado de mídia controlado pela Globo– o diretor de Finanças,
Infraestrutura e Jurídico da empresa, Manuel Belmar, disse que a Globo iniciou
as conversas com investidores na última 6ª feira (10.jan), com o objetivo
de captar US$ 300 milhões.
Os recursos
captados com a emissão dos novos títulos serão utilizados para cobrir dívida de
US$ 300 milhões contraída pela empresa em 2012. Esses papéis têm vencimento
para abril de 2022.
Em novembro de
2019, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a
nota da empresa dizendo que havia “reduzido
compromisso [do Grupo Globo] de manter ‘cash’ no exterior”. A medida teve
relação com os resultados apresentados no 3º trimestre, quando a
Globo perdeu audiência (37% de “share” ante 39% no mesmo período de 2018).
Receitas com publicidade, responsáveis por 61% do faturamento, caíram 12% nos
primeiros 9 meses do ano passado.
“É reflexo da contínua deterioração do
desempenho operacional da Globo, que enfrenta um desafiador ambiente de
transmissão no país, assim como da migração das receitas publicitárias para
outras plataformas. A estrutura financeira da empresa permanece muito forte,
como demonstrado por sua posição de dívida líquida negativa, o que
contrabalança, até certo ponto, preocupações com o desempenho operacional e
sustenta o grau de investimento do IDR em Moeda Local“, justificou
a Fitch.
Já a Standard &
Poor’s mantém uma avaliação positiva por causa do impacto geral
positivo do Brasil no mercado global de captação.
Do NBO
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