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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

SENADORES GASTAM ATÉ R$ 950 (OU QUASE UM SALÁRIO MÍNIMO) NUMA ÚNICA REFEIÇÃO

Blog do Alex Ramos
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) gastou R$ 32 mil com alimentação no ano passado – uma média de R$ 2,7 mil por mês. Do total gasto, quase R$ 12 mil custearam 44 refeições em São Paulo. A conta, claro, ficou para o contribuinte. As mais caras foram feitas nos luxuosos restaurantes Cavour, Amadeus e Nakka, com preços beirando R$ 600. Isso é possível porque as normas flexíveis do Senado Federal não impõem limite para o valor de uma refeição e permitem até que os senadores ofereçam banquetes a correligionários, lideranças políticas e jornalistas.

Em Brasília, as despesas de Nogueira foram ainda maiores. Exatos R$ 14,8 mil. Só no Marcelo Petrarca Restaurante foram R$ 2,8 mil por seis refeições, a mais cara no valor de R$ 743, em 29 de março. No feriado de 21 de abril, mais uma conta de R$ 562 no restaurante Mezzaluna, em Ipanema, Rio de Janeiro. Apenas R$ 3 mil foram gastos no Piauí. A maior despesa no estado foi no Favorito Grill – R$ 719.
No feriado de 12 de outubro, Nogueira fez um tour gastronômico em São Paulo. No dia 11, pegou uma nota de R$ 472 no Amadeus. No feriado, gastou R$ 581 no Nakka e R$ 594 no Cavour. Mas ainda tem os custos das passagens Brasília/São Paulo e São Paulo/Rio, onde passou o final de semana – mais R$ 2,6 mil, também pagos pelo Senado. O senador tem preferência pelos restaurantes do bairro nobre Cerqueira César. Frequentou sete restaurantes nesse ano passado. Mas também esteve nos Jardins, Jardim Paulista, Jardim Europa.
Reportagem publicada na semana passada neste blog já havia mostrado que o senador do Piauí é campeão de gastos com viagens ao exterior: foram R$ 98 mil ao todo, dos quais R$ 73 mil em passagens aéreas.
A reportagem enviou ao gabinete de Ciro Nogueira a relação dos seus maiores gastos e os valores totais reembolsados em 2017, solicitando a justificativa para cada uma das despesas, principalmente aquelas feitas em São Paulo e Rio de Janeiro. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Normas abrem brecha para banquetes
A norma do Senado que abre brechas para a gastança prevê o reembolso de refeições “quando em compromisso de natureza política, funcional ou de representação parlamentar”. Isso permite praticamente tudo, ressalvados os atos de caráter eleitoral. A verba de alimentação cobre, portanto, despesas com terceiros. Os gastos estão dentro da cota para o exercício da atividade parlamentar.

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Luzimar Rodrigues