Blog do Alex Ramos
Ronaldinho chega para depor algemado Foto: NORBERTO DUARTE / AFP |
ASSUNÇÃO ,
PARAGUAI - Longe das suítes de luxo dos hotéis cinco estrelas, o ídolo do futebol Ronaldo de Assis
Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, e seu irmão Roberto de Assis passaram a noite em uma cela
improvisada do Grupamento
Especializado da Polícia Nacional, após serem oficialmente acusados pela posse
de documentos paraguaios adulterados. O local recebe apenas presos de maior
relevância. Os dois tiveram a prisão decretada pela Justiça
do Paraguai na noite de sexta-feira, acusados de falsificar
documentos, e estão impedidos de saírem do país durante as investigações.
Ronaldinho e Roberto deixaram a prisão para prestar depoimento na manhã deste
sábado ao novo representante do Ministério Público no processo, que determinará
se lhes concede liberdade provisória. Os dois chegaram algemados para a
audiência.
Ronaldinho
dormiu em uma cama de solteiro dentro de uma sala administrativa, habilitada
como cela no chamado "quadrilátero" do Grupamento, relatou o chefe do
quartel, comissário Blas Vera.
A poucos metros do dormitório improvisado, estão presos um conhecido político
paraguaio processado por corrupção e Ramón González Daher, ex-presidente da
Associação de Futebol do Paraguai.
Os chamados
presos especiais - alguns deles acusados de narcotráfico - cumprem penas neste
mesmo prédio.
O ex-jogador
de futebol, astro da Seleção Brasileira, do Barcelona e do Paris Saint Germain
e que conquistou a Bola de Ouro como melhor do mundo em 2005, recebeu várias
visitas. Ronaldinho e o irmão pediram comida de uma rede de fast food para
jantar pouco antes da meia-noite (hora local).
Um dos
visitantes entregou uma sacola com cobertores e roupas de cama e dois advogados
que o acompanharam saíram com mochilas supostamente pertencentes a Ronaldinho e
seu irmão, que continham pertences pessoais, mudas de roupas e produtos de
higiene pessoal, informou o jornalista Iván Leguizamón, do jornal ''ABC
Color''.
Ronaldinho e
seu irmão foram presos no hotel ao chegarem do Palácio da Justiça, onde
prestaram depoimento por cerca de sete horas perante o juiz do caso, Mirko
Valinotti, que negou o "critério de oportunidade" pedido pela
Promotoria Geral, que sugeriu arquivar o processo. Eles estavam no hotel
Sheraton, na capital paraguaia.
O magistrado
havia dito aos repórteres que Ronaldinho estava livre, mas indicou que ele
havia devolvido o arquivo ao Ministério Público (MP).
Segundo o
"ABC Color", Ronaldinho e o irmão já tinham um bilhete de voo
reservado para voltar ao Brasil marcado para às 17h de sexta-feira. Eles só não
retornaram porque a audiência demorou cerca de sete horas.
Os dois
tiveram a prisão decretada pela Justiça do Paraguai na noite de sexta-feira,
acusados de falsificar documentos, e estão impedidos de saírem do país durante
as investigações.
Embora não
houvesse medidas cautelares em relação aos irmãos, o juiz remeteu ao MP do
Paraguai o processo a fim de que seja ou não ratificado o pedido dos
promotores. Enquanto isso, Ronaldinho e seu irmão estavam livres.
O caso ficou a
cargo da Procuradoria Geral, chefiada por Sandra Quiñónez. De acordo com o
Ministério Público paraguaio, o uso de documentos públicos com conteúdo falso
pode levar a uma pena de cinco anos ou multa.
A
Procuradora-Geral do Estado, Sandra Quiñonez, ordenou a substituição dos
promotores do caso, que recomendavam a liberdade dos brasileiros.
O novo
representante do Ministério Público no processo, Osmar Legal, ordenou a captura
de ambos e seu encaminhamento para a sede do Grupamento Especializado.
Ronaldinho e Roberto devem prestar depoimento neste sábado ao novo
representante do Ministério Público no processo, que determinará se lhes
concede liberdade provisória.
O empresário
Wilmondes Sousa Lira, suposto representante do ex-jogador de futebol,
permanecerá em prisão preventiva na Penitenciária de Tacumbú, considerando que
há perigo de fuga. Ele foi acusado de uso de documentos falsos e associação
criminosa. As mulheres apontadas como titulares dos dois passaportes
adulterados, María Isabel Gayoso e Esperanza Caballero, ficaram em prisão
domiciliar.
Entenda o caso
O ex-astro do
Barcelona e da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis
foram detidos pela polícia do Paraguai na noite desta quarta-feira sob acusação
de ter entrado no país usando supostos passaportes falsos.
Euclides
Acevedo, ministro do Interior do Paraguai, informou que investigadores entraram
na suíte presidencial do Hotel Yacht y Golf Club, onde Ronaldinho estava
hospedado, e encontraram dois passaportes adulterados. Um estava em nome do
ex-jogador e o outro no do irmão.
Ronaldinho
chegou ao Paraguai na quarta-feira para o lançamento do seu livro "Gênio
da vida" e participaria do lançamento de um programa social destinado a
crianças organizado pela Fundação Fraternidade Angelical.
Ronaldinho
Gaúcho responsabilizou o empresário Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que o
representa no país vizinho, por portar o documento adulterado. Tanto o craque
quanto o irmão e agente dele, Ronaldo de Assis Moreira, foram levados pelos
agentes.
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