Jair Bolsonaro em entrevista ao Jornal Nacional |
O médico Antonio Macedo, um dos responsáveis pelo
atendimento ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta
quinta-feira que cabe ao presidenciável e sua equipe decidirem sobre participar
ou não de atos de campanha e debates na televisão no segundo turno da disputa
pelo Palácio do Planalto, após avaliação clínica apontar boa evolução do
ex-capitão.
“Ele
que decide, nós fazemos apenas a avaliação médica“, disse Macedo à Reuters por
mensagem após sair sem falar com jornalistas da casa de Bolsonaro na zona oeste
do Rio de Janeiro, ao contrário das visitas anteriores em que concedeu
entrevista logo após avaliar o candidato presidencial.
Questionado diretamente se
Bolsonaro estava liberado pelos médicos para voltar a participar de eventos de
campanha e debates, Macedo reiterou à Reuters que “ele (Bolsonaro) e a equipe
que decidem“.
Após a visita ao
presidenciável, o médico divulgou uma nota apontando que Bolsonaro apresentou
boa evolução clínica, mas que ainda requer apoio nutricional e fisioterapia.
"Bolsonaro foi
submetido hoje a avaliação médica multiprofissional, de exames de imagem e
laboratoriais, que se mostraram estáveis. Apresenta boa evolução clínica e a
avaliação nutricional evidenciou melhora da composição corpórea, mas ainda
exigindo suporte nutricional e fisioterapia", afirmou.
Segundo o médico, Bolsonaro
já recuperou peso depois de perder 15 quilos em consequência das duas cirurgias
a que foi submetido devido ao ataque, mas "ainda faltam mais 5
quilos".
O candidato do PSL recebeu
alta do hospital Albert Einstein em 29 de setembro depois de passar 23 dias
hospitalizado após ser esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora
(MG), no mês passado.
Havia a expectativa de que
Bolsonaro fosse liberado pelos médicos nesta quinta-feira para retomar os
eventos de campanha e participar de debates com o adversário no segundo turno
da disputa pelo Palácio do Planalto, Fernando Haddad (PT).
O próprio Bolsonaro havia
dito que seria liberado pelos médicos nesta semana e que estaria disponível
para comparecer a dois debates com Haddad.
Mas na quarta-feira
Bolsonaro admitiu que não ir aos debates é estratégia de campanha já usada por
candidatos em outras eleições, citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula de
Silva.
"Agora vou debater com
um cara que é um poste e um pau mandado do Lula? Tenha santa paciência",
disse. "Política é estratégia, lógico."
E o deputado federal
reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para assumir o Ministério da Casa
Civil no eventual governo de Bolsonaro (PSL), já havia indicado na terça-feira
que o presidenciável não deve participar de debates.
O presidenciável do PSL
enfrenta o candidato do PT no segundo turno do dia 28 de outubro após ter sido
o mais votado no primeiro turno com 46 por cento dos votos válidos, enquanto Haddad
ficou em segundo lugar com 29 por cento.
Bolsonaro lidera as
intenções de votos para o segundo turno da disputa presidencial com 59 por
cento dos votos válidos, de acordo com a mais recente pesquisa Ibope, enquanto
Haddad aparece com 41 por cento.
Haddad tem criticado
duramente Bolsonaro afirmando que ele foge dos debates.
Por Rodrigo Viga Gaier
Nenhum comentário:
Postar um comentário