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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

JOGADORA MARANHENSE REVELA QUE FOI CHAMADA DE "VACA PRETA" E DIZ QUE AGRESSOR MANDOU "VOLTAR PARA SENZALA"


Blog do Alex Ramos
Gilvana Mendes Nogueira atuando pela seleção brasileira — Foto: Divulgação
 Gilvana Mendes Nogueira atuando pela seleção brasileira — Foto: Divulgação
Blumenau-SC, sábado, 27 de outubro de 2018. Um dia triste para Gilvana Mendes Nogueira e para o esporte como um todo. Em uma partida pelas oitavas de final da Liga Nacional de Handebol Feminino a atleta maranhense foi vítima de racismo durante e depois do jogo por um torcedor que estava nas arquibancadas do Complexo Sesi, na cidade catarinense.

GloboEsporte.com procurou a maranhense de 20 anos nascida em São Luís e que hoje reside em São Bernado, São Paulo, onde defende o Unip/São Bernardo. Ela contou como tudo aconteceu e chegou a dizer quais foram os gritos que homem ecoou nas arquibancadas.
Gilvana Mendes Nogueira é natural de São Luís — Foto: Divulgação
 Gilvana Mendes Nogueira é natural de São Luís — Foto: Divulgação
- O jogo estava muito difícil desde o começo. Estava muito pegado e tinha esse torcedor que toda hora ia no nosso banco ficar falando coisas horríveis. Teve uma hora que virei para ele perguntei quem ele pensava que era. Foi quando ele disse um monte de coisa. Disse que meu lugar não era ali. Disse que tinha que voltar para senzala. Chamou de vaca preta e outras coisas lá – contou.

Gilvana disse que chegou a chorar por conta dos xingamentos. Durante o segundo tempo – quando começou o ato de racismo - e também depois da partida.

- Eu fiquei muito triste. Eu chorei durante e depois do jogo. Foi muito ruim. Mas falo para as pessoas que um dia sofrerem isso que não liguem. Bola para frente – disse.

Por fim, Gilvana disse o que deseja para o agressor que soltou palavras que a fez chorar. A atleta maranhense resumiu o seu recado em apenas uma frase.

- Desejo apenas que ele seja uma pessoa melhor – finalizou.
A atleta protocolou o boletim de ocorrência do caso na última quinta-feira (1), já em São Bernardo-SP. Segundo ela, as informações iniciais dão conta que o homem suspeito do crime seria namorado de uma das meninas da equipe do Blumenau-SC. O duelo terminou com vitória do time catarinense por 23 a 22.

Em nota, a CBHb comunicou está investigando o caso.“A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) vem por meio desta afirmar que já está apurando os fatos a respeito das ofensas racistas por parte de torcedores contra jogadoras do time visitante, no jogo entre as equipes de Blumenau x Unip/São Bernardo. A partida que ocorreu no último dia 27 de outubro em Santa Catarina foi pelas oitavas de final da Liga Nacional de Handebol Feminina. A CBHb reitera que repudia todo e qualquer ato de racismo e que levará ao conhecimento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para as devidas providências cabíveis dentro do que rege as leis esportivas”.
 G1 MA

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Luzimar Rodrigues