O medicamento remdesivir, usado
contra o ebola, está entre os mais estudados para combater os sintomas causados
pelo novo coronavírus, assim como a cloroquina. Agora, um
estudo feito pela Universidade de Chicago, e divulgado pelo site médico Stat,
indica que o remdesivir ajuda na recuperação de pacientes que desenvolveram a doença
covid-19.
O tratamento acelera a
recuperação da febre e de sintomas respiratórios, o que fez com as pessoas que
participaram do estudo fossem liberadas do hospital em menos de uma semana.
“A melhor notícia é que a
maioria dos nossos pacientes já recebeu alta, o que é ótimo. Apenas dois
pacientes morreram”, disse Kathleen Mullane, especialista em doenças
infecciosas da Universidade de Chicago que supervisiona os estudos de
remdesivir. “A maioria dos nossos pacientes é grave e sai em seis dias, o que indica
que a duração da terapia não precisa ser de dez dias. Temos muito poucos que
duraram dez dias, talvez três”, afirmou.
A Universidade de Chicago, no
entanto, ressalta que as descobertas do estudo, feito com 125 pessoas, não são
definitivas e não devem ser adotadas para tirar conclusões.Uma das principais
limitações do estudo é que não houve um grupo de controle. Ou seja, o efeito do
medicamento não foi confrontado com o de um segundo grupo que tomou um placebo.
O medicamento também já foi
usado para combater a mers, síndrome respiratória aguda grave do Oriente Médio,
um vírus que é parte dos coronavírus.Em carta aberta à
Gilead Sciences, empresa de biofarmacologia baseada na Califórnia, mais de 150
organizações sociais e ativistas do mundo todo pedem, desde o fim do mês de
março, que a empresa abra mão de reivindicar direitos exclusivos sobre o
medicamento remdesivir. A iniciativa da fundação Médicos Sem Fronteiras.
A Gilead pode reivindicar
exclusividade de produção e marketing com base nas patentes que possui em mais
de 70 países. Segundo a carta aberta, o monopólio coloca em risco a
acessibilidade ao tratamento da covid-19 para milhões de pessoas em todo o
mundo.
Fonte: Exame
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